"UMA CÂMERA NA MÃO E UMA IDEIA NA CABEÇA"

Glauber Rocha.







quarta-feira, 1 de setembro de 2010

É só pobre que vende voto?

http://www.prosaepolitica.com.br/category/charges/page/4

Hoje abro um brecha no blog para falar de política. É isso aí, POLÍTICA!
Estamos a pouco mais de um mês de decidir quem irá governar nosso país, então é preciso que a população se atenha para o tipo de governante que quer ter nos próximos quatro anos.
A minha intenção não é falar sobre um ou outro canditato, mesmo porque vivemos em uma 'DEMOCRACIA', sendo assim, temos o direito de ir e vir, bem como de decicir em quem votar e de decidir se votamos ou não, certo? Errado, pois todos os brasileiros maiores de 18 e menores de 70 anos são obrigados a votar. Os jovens entre 16 e 18 e os analfabetos têm o voto facultado. Muito estranho, ainda mais em um país que se julga democrático, mas vamos deixar essa discussão para outra hora.
Uma coisa vem chamando a minha atenção nessa eleição, talvez já acontecesse antes, mas acho que percebi isso apenas agora. Bom antes tarde, do que nunca. As propagandas na TV veiculadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre compra e venda de voto vem sendo frequentes, e isso é bom, afinal a população tem que ter consciência de que o voto não se vende, pois quem compra já está mostrando logo de cara o quanto corrupto ele é, e pode ter certeza que o candidato que comprou seu voto vai conseguir recuperar o investimento com muitos juros e correção monetária durante o seu mandato.
O que eu não tenho gostado nas propagandas é o modo como elas estão sendo mostradas: sempre o pobre vendendo ou trocando seu voto por dinheiro ou objetos como dentadura, pilhas de tijolos ou cesta-básica, isso me causa indignação, pois essas propagandas mostram que apenas o pobre vende seu voto, deste modo, outro tipo de compra e venda de votos acaba sendo mascarado, o chamado voto de interesse, muito comum nas classes média e alta. Esse tipo de venda e compra de voto é tão ou mais agressivo do que qualquer outro, pois é feito por uma classe social que não satisfeita com o muito que tem, se aproveita dessas 'transações comerciais' para ter cada vez mais. Esse tipo de propaganda não passa na televisão. Não vemos nas propagandas um empresário barganhando seu voto por favores políticos, não vemos pessoas barganhando seu voto em troca de cargos políticos, não vemos redes de televisão barganhando seu voto em troca de concessões para abertura de uma nova filial, entre outras formas de transações comuns a essas classes. Desta forma, o telespectador tem a visão de que a venda de votos está ligada estritamente ao cidadão pobre, quando na verdade não é bem assim que tem ocorrido.
Eu não defendo a venda de voto, mas entendo como é difícil em pai de família recusar ajuda de um candidato, quando os próprios filhos não têm nada para comer. O crime de venda de voto é grave, no entanto, a compra de voto deve ser fiscalizada com maior rigor e punida, pois os candidatos usam da necessidade do povo para beneficiar-se politicamente.
Por fim, eu indago: o pobre usa a sua condição social para vender seu voto, condição essa, submetida pelos governantes em quem um dia confiou e não teve o retorno que esperava ou merecia. E o rico que desculpa usa para a venda de seu voto?

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